Sentado sobre o produto de uma reação de poliol com diisocianato de tolueno, revestida por um tecido de poliéster tingido com antraquinona,
uma pessoa comum dificilmente notaria o quanto a Química está presente
em seu redor. Imaginar que o conforto da espuma do assento e que a beleza
da cor de seu revestimento sejam conseqüências de processos químicos é
uma atitude ainda muito distante da maioria das pessoas. Quando se
fala em Química, as imagens que vêm à mente são de altíssimas torres de
aço, laboratório produzindo líquidos esquisitos, nomes estranhos e
substâncias perigosas.
O papel, que, aos poucos, vai sendo substituído pelo computador (que, por sua vez, é 80% química e 20% metal), deriva da pasta de celulose, adicionada ao silicato de sódio e tratada com ácido fumárico, produto do anidrido maléico. Ela é alvejada com hipoclorito de cálcio ou clorato de sódio.
O "toner" da copiadora, por sua vez, é negro-de- fumo e a caneta não
passa de um tubo de pigmentos orgânicos envolvidos numa "casa" de poliestireno ou policloreto de vinila (PVC).
Já o porta-lápis é, geralmente, uma resina acrílica moldada, enquanto a mesa é de madeira revestida de terebintina, presente na fabricação dos vernizes, ou, quem sabe, revestida com um laminado melamínico.
Os pés são de metal. Mas o metal foi fundido com o auxílio de resinas
furânicas, para a fabricação dos moldes, polido com ácidos abrasivos e
revestidos por uma camada protetora de níquel ou cromo, gerada por processo eletrolítico.
Pausa para o café - Para beber um cafezinho, é bom se certificar de que a água foi tratada com cloro ou oxigenação. O copinho é de poliestireno, de polipropileno
ou outro plástico. Ao saborear o café, nada como apreciar a paisagem
pelas janelas de vidro, cuja transparência foi obtida através do hidróxido de cério. Transparência que é mantida por meio de uma limpeza cotidiana usando-se detergentes compostos com ácidos graxos e cloro.
A lista é enorme:
clips, fax, quadros, dutos de água, ar condicionado.... Talvez seja
impossível identificar que parte do seu escritório pode dispensar a
Química. E se você não costuma pensar nela enquanto trabalha, sorte do
seu trabalho, porque a Química está sempre pensando em como lhe
proporcionar um local seguro, confortável e produtivo para você trabalhar.
Celso Miranda.
Colaborou: Prof. José Atílio Vanin,
Instituto de Quimica - QSP.I
Colaborou: Prof. José Atílio Vanin,
Instituto de Quimica - QSP.I
Fonte:ABIQUIM
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