30 junho 2013

O som da química

 

Talvez não haja no mundo animal mais grato à Química do que o gato. Não só pelas coleiras antipulgas, vermífugos e outros produtos que a Química ajudou a desenvolver, mas, principalmente, por uma questão de pele. No caso, o próprio couro. Não fosse a Química, o carnaval, uma das maiores festas populares do mundo, continuaria eriçando os pelos dos bichanos. Afinal, hoje, em vez do couro do gato, é uma resina poliamídica, mais conhecida como náilon, que garante o som de tamborins, pandeiros, cuícas e outros instrumentos de percussão.

E, por falar em carnaval e espetáculo, você já parou para refletir sobre a participação da Química no universo musical? Bem, algumas coisas são bastante evidentes. A maioria dos instrumentos musicais utiliza um ou outro produto de origem química. No violão, por exemplo, o encordoamento pode ser de náilon, em substituição ao aço. Os órgãos, antes grandes e pesadões, são transportados de um palco a outro numa maleta, graças a resinas termoplásticas como o polietileno e o polipropileno.

Mas há outras que não são tão evidentes. Quem diria, por exemplo, que a Química teve um papel preponderante na substituição do vinil pelo compact-disc? É isso mesmo. Poucos sabem que a base dos famosos CDs é um termoplástico, o policarbonato. Ou que aquele minúsculo aparelho de som com potência para fazer vibrar carros blindados é um misto de circuitos e plásticos.

Bem, isso talvez não seja importante. O importante é escolher a música apropriada para o momento, relaxar e deixar a Química continuar a desenvolver soluções que tornam a vida mais fácil, inclusive para músicos e gatos.
Texto: Luiz Carlos de Medeiros ( MTb: 12.293)
Fonte:ABIQUIM

29 junho 2013

As armas químicas

 Todos os dias, sem que a maioria de nós perceba, uma verdadeira legião de pessoas trava uma árdua batalha com inimigos invisíveis. De um lado, estão seres prontos a atacar ao menor descuido. De outro, homens e mulheres atentos ao menor sinal de perigo. A estratégia de combate a esses seres, que têm a capacidade de se multiplicar rapidamente aos milhões, é composta de três ações básicas: limpeza, desinfecção e esterilização.  
As armas empregadas na batalha são químicas.
 

 Sim, é isso mesmo. As "armas" químicas são essenciais no combate a microorganismos capazes de colocar em risco a saúde humana. Em nosso dia-a-dia, poucos de nós percebemos a importância da utilização, em nossos lares e locais de trabalho, de produtos químicos como, por exemplo, o quaternário de amônio, com capacidade desinfetante. Além, é claro, de produtos como o alquil benzeno sulfonato de sódio, empregado para a remoção de restos de gordura e de resíduos de todas as espécies – o meio ambiente preferido por 10 entre 10 microrganismos.

Em hospitais e clínicas, essa é uma questão levada muito a sério. Quem já não ouviu falar em infecção hospitalar? Pois é. Dá medo só de pensar. Para combater esse risco, além de profissionais especialmente treinados, os hospitais contam com uma importante aliada: a Química. Exemplos: o hipoclorito de sódio é utilizado na desinfecção de artigos de plástico, vidro e borracha e na descontaminação de superfícies. Os fenóis são empregados na limpeza e desinfecção de paredes e pisos em locais de alto risco, como os centros cirúrgicos. Já o glutaraldeído, desinfetante e esterilizante, é muito utilizado na desinfecção de objetos sensíveis ao calor, como lentes de instrumentos médicos, artigos metálicos e de plásticos. Há, ainda, entre tantas outras "armas" químicas, o peróxido de hidrogênio, mais conhecido como água oxigenada, um germicida que pode ser utilizado, por exemplo, na lavagem de roupas ou de ferimentos, e os detergentes enzimáticos para lavagem do instrumental cirúrgico.

A Química, como você já percebeu, não dá descanso a germes e bactérias. Em clínicas e hospitais - bem como em nossos lares - ela está sempre no front da batalha contra microorganismos que ameaçam a saúde humana. Uma batalha que, como sabemos, exige a participação de todos nós para ser vencida todos os dias.
Texto: Luiz Carlos de Medeiros ( MTb: 12.293)
Fonte:ABIQUIM

27 junho 2013

A melhor amiga do melhor amigo do homem...A Química!


As cores, tamanhos e comportamentos são os mais variados. Podem ser brancos, pretos, marrons, amarelados, cinzentos, malhados, grandes ou pequenos, enormes ou nanicos, dóceis ou agressivos, gentis ou mal-humorados, brincalhões ou sisudos. Não importa. Difícil é não gostar deles. Os cães, passa ano entra ano, estão sempre na moda, ostentando, orgulhosos, o título de "melhores amigos do homem". Pergunte a qualquer criança se isso não é verdade.

É bom saber, porém, que "o melhor amigo do homem" conta com uma importante aliada para permanecer neste posto: a Química. Sem ela, seria muito mais difícil para os cães partilhar cantos e recantos com crianças e adultos. 

Você nem imagina, por exemplo, a importância do naftil-N-metilcarbamato, conhecido como carbaril, do diclorovinil dimetil fosfato ou do éster-3-cloro-4-metil- oxicoumarina-O, o-dietiltiofosfórico, vulgo coumaphós, na vida de um cão e, claro, de seus donos (ou, para ser politicamente correto, de sua família adotiva). Esses produtos químicos com nomes complexos, entre vários outros, são responsáveis pelo combate a uma verdadeira praga para cães e seres humanos: as pulgas. Eles estão presentes no talco, na coleira e no sabonete antipulgas. Confesse: só de pensar que sem a Química esses produtos não existiriam, já dá vontade de se coçar.

Mas não pense que a participação da Química no mundo canino pára por aí. Entre em uma loja de artigos para cães e verifique você mesmo. Na ração balanceada, no xampu especial, nos vermífugos, na pasta de dentes especialmente formulada para cães e em vários outros artigos exclusivos você vai encontrar a presença da "melhor amiga do melhor amigo do homem", a Química. Sem ela, tenha a certeza, cães e humanos teriam uma convivência bem menos alegre e saudável.



Texto: Luiz Carlos de Medeiros ( MTb: 12.293)
Fonte: ABIQUIM

25 junho 2013

A Química que embala!


Há quem pense o contrário. Mas, vida de bebê não é fácil.
  Entre o mamar e o dormir, há uma série de coisas que o bebê precisa, vamos dizer, suportar. Passar de colo em colo, fazer gracinhas, aguentar as cocegazinhas, beliscões nas bochechas, os ciúmes dos avós, as birras dos irmãos, cumprir horário, tomar banho justo no momento do melhor desenho animado. O bebê não pode nem mesmo escolher sua roupa ou o cardápio. Tanto que, quase sempre, o choro marca o protesto.

Mas, sem a Química, a vida do bebê – e a dos pais – seria muito mais difícil. Como bebê ainda não sabe ir ao banheiro, o recurso é a fralda. Há muito tempo, usava-se um pano que, entre outros inconvenientes, a depender do grau de saturação do tecido, conseguia conter apenas os "resíduos" sólidos – o líquido, muitas vezes, era absorvido mesmo pela roupa de quem segurava o "travesso". Hoje, a Química praticamente eliminou o risco do vazamento. As fraldas modernas utilizam fibras de polipropileno e um gel especial, que pode conter poliacrilato de potássio, para absorver e reter os líquidos. O alfinete que prendia a fralda, e que tantos sustos já causou, foi substituído pela combinação de uma base plástica com adesivo acrílico. O sabonete, para aquela higiene tão necessária, pode incluir em sua fórmula o dióxido de titânio e o sulfato de magnésio. O talco pode ter estearato de zinco e cloreto de benzalcônio. Graças à Química, trocar a fralda ficou tão fácil que até mesmo pais e tios já podem realizar essa delicada operação, antes exclusiva de mães e avós.

Na hora de mamar, a Química também está presente. O bico da mamadeira, macio, é produzido com látex. A mamadeira, fabricada com policarbonato e polipropileno, é inquebrável para resistir a traquinagens e birras. Os plásticos, aliás, acompanham o bebê em quase todos os momentos. O colchão que garante aquela soneca para o bebê - e aquele repouso para os pais - é feito com poliuretano expandido, revestido com fibras sintéticas. A bola colorida é produzida com polietileno. Os brinquedos que, na ótica do bebê, estão ali para serem mordidos são feitos com plásticos atóxicos.

A roupa do bebê, que a mamãe escolheu com todo carinho, mas que para ele, bebê, é a tela ideal para pintar com comida, restos de chocolate e outras espécies de coisas que grudam, numa demonstração precoce de talento artístico, pode ter sido feita com fibras acrílicas combinadas com lã ou algodão. E, na hora da lavagem, lá também estará a Química, com tensoativos e amaciantes para assegurar uma roupa macia, bonita, livre de resíduos e bactérias. Afinal, também para a Química, a melhor recompensa de todo esse trabalho é o sorriso alegre e saudável de um bebê.

Texto: Luiz Carlos de Medeiros ( MTb: 12.293)
fonte: ABIQUIM

23 junho 2013

A Química da bola!

 
 A emoção está no ar!!!

 Ou melhor, no campo. Futebol é assim mesmo, um espetáculo que mexe com todos, inclusive com a Química. Uma verdadeira equipe de produtos químicos marca presença nos estádios. E, apesar de alguns nomes que, caso fosse necessário serem pronunciados durante a partida, certamente levariam locutores ao desespero, sem essa equipe química o futebol perderia muito do seu colorido.


Repare no gramado. Lá podem estar os fertilizantes agrícolas superfosfato triplo, cloreto de potássio e sulfato de amônia, que jogam em conjunto com os herbicidas para manter verde, firme e uniforme, a base em que rola a "pelota". E por falar em bola, adivinhe só quem suporta tantos chutes: o poli (cloreto de vinila), que substituiu com vantagens o couro de procedência animal na fabricação do artigo essencial a qualquer partida: a bola de futebol. O poli (cloreto de vinila), muito conhecido em todo o mundo como PVC, é, aliás, um verdadeiro polivalente. Ele também poderá ser encontrado nas bandeiras agitadas pelos torcedores, no sistema para drenar o campo e até mesmo na cobertura das cadeiras do estádio. Faça chuva ou faça sol, a manta de PVC estará lá, garantindo o espetáculo. Mas há outros integrantes na equipe química. Para os pés dos jogadores, estão escalados o ABS ou o polipropileno, utilizados na fabricação das travas das chuteiras, além de resinas de poliuretano, elastômeros e adesivos especiais, tudo para permitir dribles e passes que encantem (ou desencantem) a torcida. Para os uniformes, estão escaladas as microfibras de poliéster, mais resistentes a puxões (atenção para o cartão amarelo), mais leves e confortáveis. E, para segurar a bola, evitar dúvidas e liberar o grito de gol, lá está a rede de náilon, cobrindo o que locutores de rádio costumavam definir como "a cidadela". 

A Química, é claro, também vai estar na torcida, pintando rostos com tintas especiais, fazendo barulho com cornetas de polietileno e tambores que utilizam filmes de poliéster em vez de couro animal, e saudando as equipes com o nitrato de potássio, empregado na fabricação de fogos de artifício. A Química, pelo que você já percebeu, tem participação garantida em qualquer campeonato.


Texto: Luiz Carlos de Medeiros ( MTb: 12.293)
Fonte:ABIQUIM

22 junho 2013

A química da cor

 


A Terra é azul!

 Essa foi a exclamação do primeiro homem a ver o nosso planeta do espaço, o russo Yuri Gagarin. Ele poderia ter dito muitas outras coisas. Algo como a terra é redonda. Ou, então, que o planeta parece uma pequena bola perdida no infinito. Mas não. Gagarin, emocionado, preferiu gritar que a Terra é azul.
A exclamação de Gagarin é reveladora do fascínio que a cor exerce sobre a humanidade. A cor mexe com nossas emoções, dá nova dimensão aos objetos, modifica espaços, altera formas. O azul visto por Gagarin, sabemos, é resultado da refração da luz solar, um fenômeno natural. Porém, muito do azul - e também de todas as outras cores que enxergamos em nosso dia-a-dia - é resultado do desenvolvimento da Química.

Foi através da Química que o homem conseguiu reproduzir os magníficos tons e cores gerados pela natureza, além de criar novas e infinitas tonalidades. As cores básicas do arco-íris inspiraram o nascimento de uma tecnologia que coloriu ainda mais o planeta azul. E tornou a cor mais acessível a todos. Como? Simples. Antes de desenvolver, no século XIX, o processo de síntese para a produção de corantes e pigmentos, o homem utilizava minérios, como os óxidos de ferro e de manganês, ou extratos vegetais para dar cor a artigos e objetos, o que limitava bastante a produção e também a criatividade dos artistas. 

Convenhamos, sem a Química, gênios como Rembrandt, Picasso, Da Vinci, Van Gogh, Monet, Portinari, Di Cavalcanti, Dali, Manabu Mabe, entre tantos outros, teriam mais dificuldades para "mergulhar" no cotidiano e descobrir cores e formas que estão à nossa volta, mas que nossos sentidos não percebem e que, por isso mesmo, precisam ser "despertados" pelo artista. 

A Química é companhia constante de artistas de todo o mundo e, portanto, da poesia que nos cerca. É o caso da terebintina. Não, não se trata de nenhuma tela famosa, muito menos de uma pintora "naif" que começa a despontar nos círculos de arte. A terebintina é uma substância química que entra na composição dos solventes utilizados por pintores de todo o mundo, amadores ou profissionais, para dissolver tintas e limpar pincéis. É claro que, independente deste fato, ninguém vai entrar em um museu ou em uma galeria de arte para discutir a presença da Química nas telas. A idéia é deixar a alma se impregnar da beleza retratada pelo artista. Mas sempre é bom lembrar que sem os corantes e pigmentos desenvolvidos pela Química o mundo seria bem menos colorido.

E não é só na pintura que a Química dá o tom. Há milhares de corantes e pigmentos químicos, alguns com nomes bastante difíceis de pronunciar, que são utilizados em outras "artes", como o hidrocloreto de pentametiltriaminotrifenilcarbinol, corante utilizado no tingimento de couro, madeira, laca e na fabricação do papel carbono. Ou o tetrabromofluoresceína, utilizado para colorir líquidos em geral. A complexidade dos nomes químicos, porém, é uma outra questão. É muito mais simples e poético utilizar um nome popular. Afinal, a exclamação de Gagarin teria um impacto bem menor se ele dissesse "a terra tem a tonalidade do 1-(2-hidroxietilamino)4-metilaminoantraquinona". Azul é bem melhor.
Texto: Luiz Carlos de Medeiros ( MTb: 12.293)
Fonte: ABIQUIM

20 junho 2013

A química da beleza!



Você pode até duvidar. Mas alguns nomes estranhos, difíceis até mesmo de pronunciar, contribuem – e muito – para tornar as mulheres ainda mais bonitas.

 Quem imaginaria, por exemplo, que o toluenosulfonamida ou o oxicloreto de bismuto não sai das mãos da maioria das mulheres? Ou que o hidróxido de amônio, o hexadecanol e os copolímeros de ácido acrílico, para citar apenas alguns nomes, estão quase sempre presentes em cabeças femininas? Isso sem falar do dibenzoato de dipropilenoglicol, que assegura a muitas mulheres uma epiderme macia e sedosa, sem a presença de pêlos, sempre incômodos e deselegantes.

É isso mesmo. A toluenosulfonamida e o oxicloreto de bismuto são alguns dos produtos químicos utilizados na fabricação do conhecido esmalte. Sem esses produtos, com destaque para os corantes, as unhas não teriam o colorido que dá aquele charme todo especial às mulheres.

E por falar em cores, você já reparou na diversidade de tons que enfeitam as mais belas cabeças do mundo. Castanhos, pretos, dourados, vermelhos, louros.... a variedade é enorme. É incrível como as mulheres conseguem melhorar o que, por natureza, já é bonito. Graças, é claro, ao cabeleireiro e à Química, que produz, entre outros, o hidróxido de amônio, o álcool graxo e os corantes, fundamentais nas tinturas que embelezam madeixas. Há, ainda, os produtos presentes em xampus, como o alquil éter sulfato, em condicionadores, como o hexadecanol, e em sprays para fixação de penteados, como o copolímero de ácido acrílico.

Assim, da próxima vez que você admirar os tons de um penteado ou o colorido das unhas de uma mulher, lembre-se de que a Química, apesar de alguns nomes bastante complicados, também é fundamental na beleza e que, sem ela, o mundo continuaria a ser mundo, mas perderia muito de seu charme e encantamento.
Texto: Luiz Carlos de Medeiros ( MTb: 12.293)
Fonte:ABIQUIM

19 junho 2013

O sorriso da Química!

Sorria!

 

Isso mesmo. Assim é bem melhor. Você concorda que o sorriso torna as pessoas mais bonitas, agradáveis e simpáticas? 

Observe. No mundo inteiro, qualquer que seja a cultura, no Oriente ou no Ocidente, o sorriso está sempre presente. Talvez, não haja gesto mais universal do que o sorriso. Ele aproxima as pessoas, "quebra o gelo", desanuvia ambientes. Pois saiba que a Química também contribui para que haja sorrisos mais bonitos e em maior número em todo o mundo.


Você está sorrindo por achar que é brincadeira? Pense bem. Sem a contribuição da Química, o homem não poderia contar com produtos como o creme dental e a escova de dentes. Esses acessórios da tão necessária higiene bucal são verdadeiros incentivadores do sorriso - afinal, sem eles, muitos sorrisos deixariam de existir ou seriam menos expressivos. Você já deu uma olhada na fórmula do seu dentifrício preferido? Pois verifique. Certamente você encontrará, entre outros, produtos químicos como sais de flúor, sorbitol, carbonato de cálcio, lauril sulfato de sódio, sacarina sódica e por aí vai. São produtos como esses que, em conjunto com a escova fabricada com plásticos de origem química, limpam e fortalecem dentes e gengivas, além de deixar o hálito mais agradável, garantindo a presença de sorrisos desinibidos e alegres. 


Não pense, porém, que a participação da Química pára por aí. O fio dental, tão necessário para complementar a escovação, tem como base principal o náilon, um produto de origem química. Os purificadores de hálito têm em sua composição flúor, cloreto de cetilpiridínio, sorbitol e fluoreto de sódio, entre outros produtos químicos. Isso sem se falar nas embalagens desses produtos e, é claro, no verdadeiro arsenal desenvolvido pela Química para que os dentistas possam combater as cáries e restaurar dentes e sorrisos.


Bem, você pode argumentar que, antes da Química, o homem também sorria e fazia sua higiene bucal com outros materiais. É verdade. Mas também não se pode negar que, sem as descobertas da Química, o mundo teria menos sorrisos, até porque o acesso a produtos para a higiene bucal seria bem mais difícil, restringindo-se a poucos felizardos. Observe: sem a Química tudo ficaria muito mais difícil, inclusive conseguir um sorriso. Portanto, sorria!


Texto: Luiz Carlos de Medeiros ( MTb: 12.293)
fonte: ABIQUIM

Um bom dia com a Química!

Bom dia!

 Hora de começar uma nova jornada. Nada como um lento espreguiçar, algumas flexões e uma ducha para ganhar energia. Antes de abrir o chuveiro, verifique se você não esqueceu o sal sódico de ácido graxo de palma. Sem ele, banho não é banho. Ah, está na saboneteira. Então não há problema. Sinta-o limpando os seus poros com uma espuma reconfortante. Ih!!! Mas a monoetanolamina de ácido graxo, o álcool cetílico e o pantenol estão no fim. Só dá para mais uma vez. Então, é bom não esquecer de incluir o xampu na lista de compras.

Enquanto você escova os dentes com sorbitol e carbonato de cálcio, pense como a Química está presente no seu dia-a-dia. Olhe os produtos que você e sua família usam na higiene pessoal. São tantos e tão variados que fica difícil relacioná-los. Além do sabonete, xampu e creme dental, há muitos outros que só puderam ser fabricados graças às descobertas da Química. Sem ela, atos tão rotineiros, prazerosos e fundamentais para a saúde, como tomar um banho e escovar os dentes, seriam verdadeiros sacrifícios. Imagine se em vez de uma escova com macias cerdas de náilon e cabo plástico colorido e anatômico, você contasse apenas com pó de pedras ou farpas de madeira para fazer sua higiene bucal. Como você convenceria as crianças sobre a importância do hábito de escovar os dentes após as refeições? É bom nem pensar...

Onde está o creme de barbear? Ou melhor, a mistura de ácido esteárico com trietanolamina. As crianças devem tê-lo colocado outra vez junto com o dodecanol de octila e com o vermelho ácido da sua esposa. Não, não está no meio dos batons. Talvez ao lado do óxido de ferro e do dióxido de titânio ou com o lauril éter sulfato de sódio. Não, entre o blush e o demaquilante ele também não está. Olhe! Lá está o seu creme de barbear, escondido atrás do propilenoglicol e do palmitato de cetila, junto com o pantenol e o hialuronato de sódio. Isso mesmo, atrás da base e do creme hidratante.

Pronto, barba feita, é hora da glicerina, do sulfato de zinco e do álcool, presentes na refrescante loção após barba. E, é claro, o álcool de lanolina acetilada, emoliente utilizado na formulação dos desodorantes. Como toque final, um pouquinho de sua tetrahidroxibenzofenona com álcoois e óleos essenciais. É, uma colônia suave ajuda a enfrentar um dia quente. E, por falar em dias de sol, não esqueça de se proteger com o P-metoxicinamato de etil-hexila. Presente em bloqueadores solares, esse princípio ativo é mais uma das descobertas da Química que ajuda o homem a viver melhor. Muito bom, você já está preparado para enfrentar mais um dia de trabalho. Não se preocupe, ao voltar para casa a Química estará novamente com você, ajudando-o a relaxar. Afinal, ela está tão presente no seu dia-a-dia que você nem nota a sua presença. A não ser, é claro, quando acaba o sal sódico de ácido graxo de palma, o álcool de lanolina acetilada, o pantenol....


Texto: Luiz Carlos de Medeiros ( MTb: 12.293)
Fonte: ABIQUIM

18 junho 2013

Com a química no pé

         


Quem quiser ver, verá. A Química sempre é um dos grandes destaques do carnaval. Nos salões e nas ruas. Sem ela, a folia teria menos cores, o samba menos ritmo, fantasias e alegorias menos efeitos. Exagero? Vamos ver. Adivinhe só quem sai com a timbalada de Carlinhos Brown? O poli (cloreto de vinila), mais conhecido, aqui, na Bahia e no exterior, como PVC. É isso mesmo. São os tubos de PVC que formam o corpo das timbas criadas pelo genial músico baiano.

Aliás, junto com o PVC, podem ser vistos por todo o País os polietilenos, o poliestireno e o polipropileno, da ala das resinas termoplásticas. Eles participam das baterias, como instrumentos musicais, dos carros alegóricos dando forma à criação dos carnavalescos, e ainda são partes integrantes das fantasias dos milhares de passistas que enchem a avenida de alegria. Ah! Eles também marcam presença nos concursos de fantasia e salões de todo o País.

Como a Química tem um fôlego incrível, ela também pode ser notada nas arquibancadas e nos camarotes. Lá costuma estar, por exemplo, o poli (tereftalato de etileno), que gosta de ser reconhecido como PET. Ele é encontrado nas garrafas de refrigerantes que refrescam gargantas. Além, é claro, dos fios e fibras sintéticas que dão um toque macio e confortável às roupas dos foliões.
 
A presença dos fios e fibras, normalmente acompanhados pelos corantes, é sempre fundamental no carnaval. Aliás, foi a cada vez mais comum falta de um pequeno punhado de fios sintéticos, em um ponto estratégico do corpo humano, que, há alguns carnavais, levou as escolas de samba do Rio de Janeiro a um acordo inédito: evitar a nudez explícita nos desfiles.

Parece que o acordo não foi cumprido, mas isso não vem ao caso. O que vale lembrar é que a Química há muitos anos, não perde um carnaval. Do pandeiro ao "reco-reco", quase todos os "acessórios" do carnaval são produzidos com resinas termoplásticas, como os artefatos plásticos para as famosas "guerra de água" das crianças, fantasias, máscaras de látex que divertem e assustam, tintas especiais para pintar corpos e até sprays de serpentinas são algumas dessas invenções. Tudo para animar o carnaval. Assim, da próxima vez que você escutar os primeiros acordes do cavaquinho, as primeiras batidas da bateria, entre na folia certo de que a Química estará lá no meio, bem pertinho de você, ajudando sua escola a levar o samba no pé.


Texto: Luiz Carlos de Medeiros ( MTb: 12.293)

Fonte:ABIQUIM

Feliz dia do Químico! S2



Hoje é um dia especial, dia do profissional de química.

QuiD+ homenageia aos químicos e futuros, pois seu trabalho é indispensável para  evolução da humanidade.


 Parabéns para todos nós!

17 junho 2013

Dormindo com a Química

       Uma revigorante noite de sono está mais associada com a Química do que pode imaginar a maioria dos usuários de colchões. Talvez em função do hábito de fechar muito rapidamente os olhos na hora de dormir, muitos não percebam a presença da Química em cada elemento de conforto do seu quarto.

      A maciez do colchão, por exemplo, é garantida por uma placa de espuma de poliuretano, revestida por um tecido de poliéster, tingido com corantes dispersos, como, por exemplo, nitroarilamina. O lençol, por sua vez, é fabricado a partir de uma reação de um monoetilenoglicol com dimetiltereftalato ou ácido tereftálico, matérias-primas do poliéster. Mesmo se o lençol for 100% algodão, suas fibras são tratadas com hidróxido de sódio para garantir resistência.

Até na intimidade do quarto, a Química está próxima de nós. Felizmente, com o cansaço do fim do dia, não precisamos nos lembrar muito dela. Mas é bom saber que a cama de madeira muito provavelmente foi revestida com laca nitrocelulósica ou poliuretânica, mais conhecida como verniz. Já a cama tubular, toda trabalhada, nada mais é do que um metal fundido, polido com ácidos abrasivos, tratada por agentes fosfatizantes e revestido com tinta à base de epoxi ou poliuretano. Dá até sono.

Mas pode dormir tranqüilo. O rádio-relógio vai despertar na hora, graças ao conjunto de semicondutores soldados com uma liga de estanho e cobre sobre uma placa de uréia-formol, produzia a partir de reações químicas. Com um único choque possível: o barulho alto.

Ao despertar e sair da cama, você pisa no carpete, uma composição de fibras de poliamida, polipropileno e outras resinas. Mas se o chão é de assoalho, polido e brilhante, ele foi tratado contra bactérias e fungos, recebendo uma fina camada de verniz melamina-formol. Para evitar piso direto nessa camada, você prefere usar o chinelo de borracha - feita de acetato de etilvinila ou de policloreto de vinila - e levantar já calçado na química, para mais um dia. Levante tranqüilo. Mesmo sem se lembrar, você estará bem acompanhado.
Texto: Luiz Carlos de Medeiros ( MTb: 12.293)

Fonte:ABIQUIM

15 junho 2013

De onde vem a Química?

                 

  
 A resposta é simples: da Natureza. 

Todos os produtos químicos, sejam os chamados naturais ou os sintéticos, são produzidos a partir de matérias-primas encontradas na Natureza. Até porque, como dízia Lavoisier, na Natureza nada se cria, nada se perde; tudo se transforam. A água do mar, o petróleo, o carvão, os mais diversos minerais, a agricultura e a pecuária são exemplos das fontes de recursos básicos utilizados para a fabricação dos produtos químicos. 

 A Quimíca recorre à Natureza para combater as doenças, elevar a produtos de alimentos e aumentar a expectativa de vida, além de proporcionar conforto, bem-estar e progresso.


Fonte: Abiquim e http://www.casadaciencia.ufrj.br

A Química que protege pode ser a mesma que mata

As plantas utilizam inúmeras substâncias químicas para reduzir a
predação por animais, especialmente por insetos. Entretanto, muitos outros
animais, além de serem imunes a elas, acabam por incorporá-las em seu arsenal de defesa, por meio das plantas consumidas na dieta. Essas substâncias, posteriormente, podem ser exsudadas de glândulas especiais, borrifadas ou injetadas, mas também podem estar presentes no sangue ou nos tecidos.

Um recurso alimentar com melhor defesa pode exercer uma pressão
seletiva sobre os consumidores, como insetos, por exemplo. Aqueles que
conseguirem se tornar imunes à toxina passam a ter a vantagem de, além de
poderem consumir a planta, não terem muitos competidores.

Um exemplo é a leguminosa tropical (Dioclea metacarpa), tóxica para
quase todas as espécies de insetos porque contém um aminoácido não proteico, a L-canavanina, que os insetos incorporam em suas proteínas no lugar da Larginina. A diferença entre esses dois aminoácidos é a substituição de um grupo metileno −CH2 na L-arginina por um átomo de oxigênio na L-canavanina (Figura 18).Lembrando que os aminoácidos são as unidades formadoras de proteínas, e como estas têm funções fisiológicas diversas, a alteração da sua estrutura pode afetar as funções vitais de umorganismo, gerando toxicidade.

A semelhança entre as estruturas pode ser fundamental para uma
determinada atividade biológica de um metabólito secundário.


Porém, uma espécie de besouro da família Bruchidae (Caryedes
brasiliensis) desenvolveu uma enzima modificada que distingue a L-canavanina da L-arginina durante a formação de proteína. Além disso, ele possui enzimas adicionais que degradam a L-canavanina, que passa a ser usada também como fonte de nitrogênio. Alguns indivíduos podem deter predadores utilizando substâncias produzidas ou adquiridas através do alimento, ou seja, de presas ingeridas. É o caso de anfíbios.


Exemplo de anfíbio que possuem toxinas

Várias substâncias nocivas e componentes tóxicos já foram identificados na
pele de anfíbios e muitos deles são usados para defesa química. Os compostos conhecidos são de quatro grupos: aminas biogênicas, peptídeos, bufadienolidos e alcaloides. As aminas biogênicas incluem serotonina, epinefrinas e dopaminas, que afetam as funções normais do sistema nervoso e vascular (Figura abaixo). Esses compostos são derivados de aminoácidos e produzidos normalmente por animais. Os peptídeos compreendem compostos tais como a bradicinina, que modifica as funções cardíacas. Os bufadienolidos e os alcaloides, citados anteriormente, afetam o transporte celular normal e o metabolismo, além de serem sempre muito tóxicos.

 Aminas biogênicas tóxicas, produzidas por animais e
que afetam predadores
.

Alguns anfíbios, com sua pele glandular, produzem metabólitos que
podem provocar desde uma irritação no predador até mesmo levá-lo à morte. As glândulas granulares podem estar distribuídas no dorso ou se concentrar em alguma região específica do animal. Os sapos bufonídeos concentram uma classe de compostos esteroidais – os bufadienolidos - nas glândulas paratoides,localizadas lateralmente na cabeça, e tão logo a presa é colocada na boca, a substância é secretada (Figura abaixo). Essa classe de substâncias é proveniente do metabolismo que envolve o colesterol, um esteroide precursor de várias substâncias.


 



Estrutura química do bufadienolido, um produto do tipo esteroidal,
produzido por sapos bufonídeos. Um bufonídeo (Rhinella schneideri) com
glândulas paratóides.

Muitas substâncias químicas que ocorrem na pele de anfíbios parecem ser
provenientes de artrópodes ingeridos durante a alimentação, particularmente as formigas. Anfíbios de muitas famílias, especializados em comer formigas, produzem alguns dos compostos mais tóxicos.

É importante lembrar que os anfíbios não possuem mecanismos para
expelir o veneno à distância, muito menos para injetá-lo. O veneno é liberado da pele ao entrar em contato com o predador, normalmente quando pressionado na sua boca. O mito de que sapos possuem urina venenosa e que são capazes de lançá-la a grandes distâncias é um erro comum. Isso se deve a um dos mecanismos de defesa dos anfíbios, que é o de esvaziar a bexiga quando capturado, como forma de assustar o predador.

Especula-se que as substâncias provenientes das glândulas presentes nas
peles dos anfíbios tenham, ou já tiveram, originalmente, outras funções, como atuar na comunicação com outros indivíduos, demarcar território, atrair parceiros,reduzir a perda de água através da pele e prevenir contra agentes infecciosos como fungos, vírus ou bactérias.


Fonte:Emery ,et al. A Química na Natureza, 2010.