Pesquisadora da FEQ substitui
gordura do leite por estearina
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gordura do leite por estearina
O chocolate ao leite pode ficar esbranquiçado, sem brilho, com a
aparência envelhecida e nada apetitoso. Muitos acreditam que o produto
nestas condições está estragado ou com fungos, mas, na verdade, trata-se
de um fenômeno ainda não muito esclarecido e que os especialistas na
área de alimentos chamam de fat bloom. O problema ocorre quando a gordura
migra do interior do chocolate e cristaliza-se novamente na superfície,
dando outro aspecto ao produto e interferindo na sua qualidade. Evitar
ou retardar o fat bloom é do maior interesse da indústria, sobretudo em
um país como o Brasil. O clima tropical e o imenso território resultam
em condições adversas de transporte e armazenamento que, por sua vez,
desencadeiam o fenômeno, já que o chocolate precisa ser mantido a uma
temperatura estável de 20 graus centígrados.
Para chegar à estearina, Élida desenvolveu outras etapas da pesquisa. “A
gordura de leite é considerada a mais complexa da natureza, sendo muito
difícil trabalhar com ela. Portanto, industrialmente, torna-se inviável
devido à sua inadequada plasticidade, baixa resistência térmica e pouca
consistência”, observa. A pesquisadora acrescenta que normalmente a
indústria de alimentos utiliza a gordura do leite in natura. “Alguns
estudos sobre fracionamento térmico de gordura de leite são encontrados
na forma de patentes e, muitas vezes, o processo exige equipamentos mais
sofisticados e, consequentemente, mais caros. Ademais, o crescimento e a
maturação dos cristais são lentos e o processo de fracionamento térmico
requer um tempo muito longo”, justifica. Com os experimentos, Élida
conseguiu acelerar a obtenção da estearina em até 37%.
INOVAÇÃO
A
utilização do chocolate ao leite foi uma forma de demonstrar a
aplicação da estearina. O objetivo anterior da pesquisa de Élida foi o
de obter a fração por meio de um processo de fracionamento térmico
baseado em um planejamento experimental, com a intenção de identificar
quais as condições de processo adequadas para obter a fração mais dura. A
estearina, que seria esta parte mais “dura” da gordura, se separa da
oleína, que é a parte mais mole, ou macia.
Pesquisas serão tema de workshop
O
trabalho de Élida integra o sub-projeto sobre aplicações, no temático
da Fapesp, cujo objetivo é estudar óleos e gorduras em relação a sua
modificação, comportamento de cristalização e polimorfismo, com especial
atenção na manteiga de cacau e no óleo de palma. Em grande parte dos
alimentos, a cristalização de gorduras é um parâmetro crítico que
influencia na estabilidade de produtos processados. O projeto propõe
métodos para modificação, controle e estabilização da cristalização e
das transições polimórficas destas matérias-primas.
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